Por que o Ensino Religioso? – parte 2
A “parte 1” mostrou o que é religião e suas ênfases de estudos no campo da ciência. Esta segunda parte abordará a visão das filosofias sobre a religião. Um problema que existe atualmente é que as pessoas entendem a religião, fé e Deus da atual maneira pós-moderna e se esquecem de analisar como era vista e vivida nos séculos anteriores a este. Veremos como cada século e sua filosofia corrente encararam o tema da Religião, Deus e o Ensino Religioso.
Renascentismo (1500-1600)
O Renascentismo ou Renascença foi um movimento artístico e científico ocorrido na Europa ocidental. Representou um rompimento com a estrutura cultural da Idade Média. Sua base era oracionalismo, pois tudo deveria ser observado através da razão e de métodos empíricos. Esta nova maneira de ver o mundo desafiou a religião de sua época, que explicava os fenômenos naturais através de suas crenças.[1]
Com as grandes navegações ocorrendo junto com o Mercantilismo, a Reforma Protestante e a Contrarreforma batalhando no campo da religião, o Renascentismo deu uma nova proposta de encarar a Religião. Esse movimento estabeleceu o Antropocentrismo e o Humanismo, que são, respectivamente, o homem como centro de tudo e a análise prática dos fenômenos naturais relacionados à humanidade ao invés de explicações místicas. Ou seja, religião não era mais uma forma de religar-se a Deus, e sim ao próprio ser humano. O ensino religioso era o estudo de valores humanos.[2]
Iluminismo (1768-1808)
Com as grandes revoluções acontecendo na mesma época, a Industrial e a Francesa, as pessoas, que já tinham a religião como racional, tiraram Deus da cena da história e de suas vidas. O Iluminismo é marcado pelo abandono da crença e da religião.
E foi exatamente nessa época que Emmanuel Kant, filósofo alemão, lançou as bases da filosofia iluminista. Dentro de suas teses encontra-se que Deus é atemporal (fora de tempo e realidade) e a crença deísta, a qual ensina que Deus até pode ter criado tudo, mas deixou sua criação abandonada no sofrimento. Por isso, ele declara: “Nada existe de mais belo do que o céu estrelado além de nós e a lei moral dentro de nós”.[3] Ou seja, o Iluminismo olhava Deus como algo dentro do ser humano.
Romantismo, Realismo e Naturalismo (1836-1901)
Com todas essas lutas por causa da ciência e da religião, o Romantismo propôs a fuga da realidade, algo que os homens imaginariam viver. A religião era agora considerada algo sem fundamento e imaginário.
Nessa época tão delicada, Charles Darwin lançou uma filosofia, o evolucionismo. Foi algo tão forte que muitos, que não tinham argumentos e força contra a religião, aproveitaram esse momento para tentar acabar de uma vez por todas com Deus. A crença naturalista quis provar a existência de tudo sem a presença de Deus.[4] Mais uma vez a religião estava em “decadência”.
Você pode estar pensando em como a religião se tornou tão fraca depois que acabou a Idade Média e foi atingida por golpes renascentistas, iluministas e naturalistas. Pois é, foi uma realidade difícil para a Religião, a qual continuamente tentava unir o ser humano criado seu Deus Criador.
Porém, a história não acaba aqui. Leia a parte 3 para saber como o modernismo e o pós-modernismo atingiram a religião, e como esta retomou suas forças em favor de colocar Deus na vida das pessoas através do Ensino Religioso (o que inclui o período atual de nossas escolas e alunos).
Por Hebert D. Liessi
www.facebook.com/religiaorelevante
[1] SUAREZ, Adolfo S.; De BENEDICTO, Marcos; SILVA, Rodrigo P. Ensino Religioso. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2009. p. 13. Fasc. 1, mod. 1 (Sistema Inter@tivo de Ensino).
[2] MILLANAO, Juan O. Teología contemporánea. Chillán, Chile: Universidad Adventista de Chile, 2004.
[3] Ibid.
[4] Dados parcialmente encontrados em: NICOLA, Jose. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. 8. ed. São Paulo: Scipione, 1988.
Renascentismo (1500-1600)
O Renascentismo ou Renascença foi um movimento artístico e científico ocorrido na Europa ocidental. Representou um rompimento com a estrutura cultural da Idade Média. Sua base era oracionalismo, pois tudo deveria ser observado através da razão e de métodos empíricos. Esta nova maneira de ver o mundo desafiou a religião de sua época, que explicava os fenômenos naturais através de suas crenças.[1]
Com as grandes navegações ocorrendo junto com o Mercantilismo, a Reforma Protestante e a Contrarreforma batalhando no campo da religião, o Renascentismo deu uma nova proposta de encarar a Religião. Esse movimento estabeleceu o Antropocentrismo e o Humanismo, que são, respectivamente, o homem como centro de tudo e a análise prática dos fenômenos naturais relacionados à humanidade ao invés de explicações místicas. Ou seja, religião não era mais uma forma de religar-se a Deus, e sim ao próprio ser humano. O ensino religioso era o estudo de valores humanos.[2]
Iluminismo (1768-1808)
Com as grandes revoluções acontecendo na mesma época, a Industrial e a Francesa, as pessoas, que já tinham a religião como racional, tiraram Deus da cena da história e de suas vidas. O Iluminismo é marcado pelo abandono da crença e da religião.
E foi exatamente nessa época que Emmanuel Kant, filósofo alemão, lançou as bases da filosofia iluminista. Dentro de suas teses encontra-se que Deus é atemporal (fora de tempo e realidade) e a crença deísta, a qual ensina que Deus até pode ter criado tudo, mas deixou sua criação abandonada no sofrimento. Por isso, ele declara: “Nada existe de mais belo do que o céu estrelado além de nós e a lei moral dentro de nós”.[3] Ou seja, o Iluminismo olhava Deus como algo dentro do ser humano.
Romantismo, Realismo e Naturalismo (1836-1901)
Com todas essas lutas por causa da ciência e da religião, o Romantismo propôs a fuga da realidade, algo que os homens imaginariam viver. A religião era agora considerada algo sem fundamento e imaginário.
Nessa época tão delicada, Charles Darwin lançou uma filosofia, o evolucionismo. Foi algo tão forte que muitos, que não tinham argumentos e força contra a religião, aproveitaram esse momento para tentar acabar de uma vez por todas com Deus. A crença naturalista quis provar a existência de tudo sem a presença de Deus.[4] Mais uma vez a religião estava em “decadência”.
Você pode estar pensando em como a religião se tornou tão fraca depois que acabou a Idade Média e foi atingida por golpes renascentistas, iluministas e naturalistas. Pois é, foi uma realidade difícil para a Religião, a qual continuamente tentava unir o ser humano criado seu Deus Criador.
Porém, a história não acaba aqui. Leia a parte 3 para saber como o modernismo e o pós-modernismo atingiram a religião, e como esta retomou suas forças em favor de colocar Deus na vida das pessoas através do Ensino Religioso (o que inclui o período atual de nossas escolas e alunos).
Por Hebert D. Liessi
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[1] SUAREZ, Adolfo S.; De BENEDICTO, Marcos; SILVA, Rodrigo P. Ensino Religioso. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2009. p. 13. Fasc. 1, mod. 1 (Sistema Inter@tivo de Ensino).
[2] MILLANAO, Juan O. Teología contemporánea. Chillán, Chile: Universidad Adventista de Chile, 2004.
[3] Ibid.
[4] Dados parcialmente encontrados em: NICOLA, Jose. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. 8. ed. São Paulo: Scipione, 1988.
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